domingo, outubro 31, 2010

a três dimensões



Há quem não acredite na mudança. por razões várias e pela desrazão na solidez de uma ignorância adquirida, esquecem que ´a única coisa constante na Natureza é precisamente a mudança´. o raciocínio exigido acaba por ser simples. passa por admitir que aquilo que muda pode não ser o que queremos que mude e  que podemos padecer de uma cegueira parcial limitativa do campo de visão. implica aceitar que as certezas são mais frágeis do que algodão doce e que só a concordância com a ruptura permite considerar o perdão nas suas três dimensões – ontem, amanhã e hoje.


 Perdoar é oferecer uma oportunidade real à mudança latente daquele que nutre a mágoa alheia por errar constantemente. quem apenas tenta esquecer, faz tudo menos perdoar. porque perdoar é uma tarefa demasiado exigente para ser pensada com a memória e a esperança apagadas. implica criar um terreno sólido onde quem erra é aceite tal como é, e não como gostaríamos que fosse. e é nessa lucidez sólida que se ergue a oportunidade para que o outro faça ou seja algo diferente.




imagem: http://obviousmag.org/