quarta-feira, outubro 06, 2010

a despedir fantasmas com um novelo de lã,


que agarro ao fim do dia. enquanto desato os sentidos de tantas histórias em tão pouco. tantas vidas e uma cadeira a favorecer as lombalgias da audição. porque há outros dias.
ou noites em que não apetece olhar mais longe do que a almofada resignada da apatia. nem  há tempo. para ver as coisas em vão e depurar delas um sentido condutor.

que somos enquanto vivemos. um fio conduzido de experiências e acasos e sonhos concretos. e as pessoas que nos são confiadas. e a cólera ferida das coisas em vão a ferver como pólvora atirada ao vento. (que passa)

ou às palavras acumuladas até à exaustão de uma mão que desenha as fraquezas com o lápis que contorna as conquistas.

e respira numa turbulência quase sagrada, o autismo dos dias e das coisas em vão. a despedir fantasmas com um novelo de lã.