Como quem conduz pela mão os sonhos desenhados com a lã de um novelo inventado. frágil e para sempre, sorri sem ser preciso. porque não são precisas razões para sorrir quando as mãos guiam a inutilidade de ser. Apenas ser.
E do outro lado da vida, outros carregam com a dureza de quem nunca aprendeu a amar, a velhice dos que se veêm trapos num tempo que já não é o seu. a lã torna-se pesada e incapaz de sulcar ânimo nas rugas lavadas de utilidades nulas.
Paradoxo este, o de ser boneca e ser de trapo. ter sonhos com prazo de validade. emprestar a alma ao vazio para dividir o oxigénio apenas com a solidão. E morrer asfixiado com a própria expiração dos dias.