segunda-feira, janeiro 24, 2011

inspiração e disciplina


mais do que uma dádiva para alguns ou um bem essencial para outros, a inspiração impõe-se como uma ferramenta de trabalho essencial e acessível a todos. 

porque se torna difícil dar o nosso melhor quando não inspiramos a essência das coisas que fazemos. aspirar mecanismos e conceitos às vezes até é preciso, mas não é suficiente. não basta que a respiração de um ser inteligente se limite à utilidade nata ou adquirida daquilo que surge ou acontece.

aparentemente incompatíveis, inspiração e disciplina complementam-se de uma forma fascinante e eficaz. se por um lado a disciplina oferece método à inspiração, diminuindo a entropia natural que lhe está associada. por outro lado a inspiração alimenta e substancia a disciplina, impedindo que esta se torne desgastante. 

até porque disciplinar é bem mais do que dividir os dias com régua e esquadro.



domingo, janeiro 23, 2011

boneca de trapos

Como quem conduz pela mão os sonhos desenhados com a lã de um novelo inventado.  frágil e para sempre, sorri sem ser preciso. porque não são precisas razões para sorrir quando as mãos guiam a inutilidade de ser. Apenas ser. 

E do outro lado da vida, outros carregam com a dureza de quem nunca aprendeu a amar, a velhice dos que se veêm trapos num tempo que já não é o seu. a lã torna-se pesada e incapaz de sulcar ânimo nas rugas lavadas de utilidades nulas. 

Paradoxo este, o de ser boneca e ser de trapo. ter sonhos com prazo de validade. emprestar a alma ao vazio  para dividir o oxigénio apenas com a solidão. E morrer asfixiado com a própria expiração dos dias. 



quinta-feira, janeiro 13, 2011

vontade


de ser mais simples do que a vida.
maior do que qualquer escotoma ou penumbra.
de chorar porque é preciso. sobreviver,
e gritar para amortecer os estilhaços internos.


em vez de desistir,
ser feliz sem precisar de pedir desculpas por isso.